PGBL vs. VGBL: qual o melhor para o seu imposto de renda?

PGBL vs. VGBL Qual o Melhor para o seu Imposto de Renda
Imagem: Reprodução do Canva Pro

Quando o assunto é previdência privada, muita gente se depara com duas siglas que geram dúvida: PGBL e VGBL. Ambas ajudam a planejar o futuro financeiro, mas funcionam de formas diferentes — e entender isso faz toda a diferença para o seu bolso.

Neste conteúdo, vamos conversar sobre o que realmente muda entre PGBL e VGBL, quando vale optar por cada um e como essas escolhas impactam o seu Imposto de Renda. A ideia é que você aprenda de forma prática, com exemplos reais e linguagem simples.

Ao longo do texto, vamos explorar pontos essenciais como dedução fiscal, tributação, portabilidade, fundos de previdência e planejamento de aposentadoria. O objetivo é ajudar você a tomar decisões mais seguras e vantajosas sobre onde investir o seu dinheiro.

1. Conceito e funcionamento das modalidades de previdência

Para começar, é importante saber que tanto o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) quanto o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) são formas de previdência privada aberta no Brasil. 

Na prática, você faz aportes financeiros a um plano, que acumula recursos durante o “período de acumulação”. Depois você pode receber por meio de renda ou resgate. 

Entender como cada uma funciona exige observar principalmente dois aspectos: (1) o tratamento fiscal no momento da contribuição e (2) o tratamento no momento do resgate ou recebimento de renda. A diferença entre PGBL e VGBL reside exatamente aí.

1.1 O que é o PGBL

No caso do PGBL, o investidor que declara o Imposto de Renda no modelo completo pode deduzir as contribuições feitas ao plano até o limite de 12 % da renda bruta anual tributável. 

Na prática observamos que esse benefício fiscal faz com que muitos profissionais com rendimento elevado optem pelo PGBL, porque conseguem reduzir a base de cálculo do IR no curto prazo. Depois, no momento do resgate, o IR incide sobre o montante total acumulado (contribuições + rendimentos). 

1.2 O que é o VGBL

Já o VGBL não permite dedução das contribuições no ano da declaração. Ou seja: você não reduz agora sua base de cálculo do Imposto de Renda com aportes ao VGBL. 

No momento de receber a renda ou resgate, o IR vai incidir apenas sobre os rendimentos — e não sobre o valor total acumulado. Isso o torna mais indicado para quem utiliza o modelo simplificado de declaração ou já extrapolou o limite de dedução do PGBL. 

2. Comparação prática entre PGBL e VGBL

Na hora de escolher entre PGBL ou VGBL convém observar o seu perfil, renda, prazo de investimento, e objetivo de aposentadoria ou acumulação. Veja abaixo comparações práticas que ajudam a decidir.

2.1 Comparativo de tributação

  • PGBL: dedução de até 12 % da renda bruta anual, se você declara no modelo completo. No resgate, IR sobre total acumulado. 
  • VGBL: sem dedução de aporte para IR. No resgate, IR apenas sobre os rendimentos. 

Exemplo prático: suponha um investidor que acumulou R$ 200.000, dos quais R$ 150.000 em aportes e R$ 50.000 em rendimentos. No VGBL, o IR incidira apenas sobre R$ 50.000. No PGBL, sobre os R$ 200.000. É simples, mas faz diferença. 

2.2 Comparativo de quais perfis se encaixam melhor

  • Perfil com renda tributável elevada, que faz declaração completa, que quer dedução fiscal agora → o PGBL costuma ser mais indicado.
  • Perfil com renda tributável menor, ou que faz declaração simplificada, ou que já usa os 12% de dedução do PGBL → o VGBL pode ser mais apropriado.

2.3 Outros fatores práticos a considerar

Tempo de investimento: se você pensa em prazo muito longo, tabela regressiva de tributação pode fazer diferença. Em nossa experiência observamos que escolher bem a tabela (progressiva ou regressiva) é quase tão importante quanto escolher PGBL ou VGBL. 

Taxas: qualquer plano de previdência privada terá taxa de administração, às vezes taxa de carregamento. Verifique sempre o regulamento do fundo. 

Portabilidade: ao longo da vida financeira muitos trocam de plano para outro com melhores condições. É possível fazer portabilidade entre planos da mesma modalidade, mas não entre PGBL e VGBL.

3. Como escolher entre PGBL ou VGBL na prática

Na prática, aplicar o que lemos exige um pouco de autoconhecimento e cálculo. Vou apontar um passo a passo prático para você avaliar e decidir.

  1. Liste sua renda bruta tributável anual e se você utiliza declaração completa ou simplificada.
  2. Verifique se conseguiu ou pretende contribuir até 12% da renda para previdência — se sim, PGBL pode trazer vantagem.
  3. Avalie seu horizonte de investimento (quantos anos faltam para aposentadoria ou objetivo) e tempo em que deixará o dinheiro aplicado.
  4. Compare taxas dos fundos dentro dos planos PGBL e VGBL disponíveis — menor taxa geralmente significa melhor aproveitamento dos rendimentos.
  5. Considere a tributação no resgate: se você espera receber muitos rendimentos, o VGBL pode minimizar o imposto.
  6. Consulte um profissional qualificado (assessor ou planejador financeiro) para confirmar a modalidade que melhor se encaixa no seu perfil.

Em nossa experiência com clientes, vimos casos onde a escolha equivocada (ex: PGBL por quem já não tinha dedução) levou a resultado menos eficiente. Então esse passo-a-passo ajuda a evitar erros comuns.

3.1 Cenário real de escolha entre PGBL e VGBL

Imagine Carla, 35 anos, renda anual tributável de R$ 300.000, declara o IR no modelo completo e tem deduções com dependentes. Ela pretende acumular por 20 anos. Nesse caso, contribuir via PGBL pode ser vantajoso para abater parte da base de cálculo do IR agora.

Já Pedro, 28 anos, renda anual de R$ 80.000, usa declaração simplificada ou é isento, e quer acumular reserva para aposentadoria ou objetivo em 15 anos. O VGBL tende a ser mais alinhado, porque a dedução não faria sentido para ele e o imposto incidirá somente sobre rendimento.

3.2 Cuidados e mitos a evitar

  • Não pense que PGBL sempre é melhor: tudo depende da sua declaração e da sua renda.
  • Não ignore taxas: na prática, altas taxas podem corroer boa parte do benefício fiscal.
  • Não esqueça que liquidez é menor: previdência privada tem finalidade de longo prazo, e resgatar cedo pode reduzir rendimento ou aumentar imposto.
  • Não confunda dedução fiscal com isenção total: mesmo com PGBL você pagará IR no resgate.

4. Benefícios, desvantagens e quando considerar cada modalidade

Agora vamos conferir de forma mais específica os pontos positivos e negativos de cada alternativa para ajudar a tomar decisão com clareza.

4.1 PGBL: vantagens e desvantagens

Vantagens

  • Permite deduzir até 12 % da renda bruta tributável no IR, o que pode reduzir imposto agora.
  • Pode aumentar o montante que você investe, utilizando o benefício fiscal em seu favor.

Desvantagens

  • No resgate, IR sobre total acumulado, o que pode gerar maior tributação se o rendimento for grande.
  • Menos indicado para quem declara no modelo simplificado ou tem pouca renda tributável.
  • Em caso de resgate precoce ou perfil de uso diferente de aposentadoria, o benefício fiscal pode não compensar.

4.2 VGBL: vantagens e desvantagens

Vantagens

  • No resgate, IR incide apenas sobre rendimento, o que pode representar economia no imposto.
  • Mais adequado para quem não declara no modelo completo ou já atingiu o limite de dedução do PGBL.
  • Pode servir bem para acumulação de longo prazo ou complementação de patrimônio, não só aposentadoria.

Desvantagens

  • Não oferece dedução fiscal no momento da contribuição.
  • Se o objetivo for reduzir imposto agora e você se encaixar no perfil de PGBL, pode perder vantagem.

Na prática observamos que muitos consultores consideram a VGBL como “plano de previdência para quem já usa PGBL ou não faz declaração completa”. 

4.3 Indicadores de quando rever ou migrar

Quando o seu perfil financeiro muda, como um aumento de renda ou a troca de declaração simplificada para completa, vale revisar a modalidade escolhida. Esse ajuste garante que o plano continue adequado às suas condições atuais.

Se o banco ou seguradora passar a cobrar taxas altas, considere a portabilidade para outro plano da mesma categoria. Lembre-se de que não é possível migrar diretamente de PGBL para VGBL, apenas entre planos da mesma modalidade.

Conclusão

Escolher entre PGBL e VGBL exige atenção ao seu perfil tributário, ao seu horizonte de investimento e ao objetivo de uso desses recursos. Em nossa experiência, tratar essa decisão como estratégico ao invés de “apenas mais um investimento” faz diferença.

Se você faz declaração completa, tem renda tributável e quer aproveitar dedução fiscal, o PGBL pode ter grande apelo. Se você usa declaração simplificada ou já não se beneficia da dedução, o VGBL tende a ter vantagem ao longo do tempo. Use o passo-a-passo e os comparativos praticados acima para nortear sua escolha.

Por fim, lembre-se que não basta escolher modalidade — é igualmente importante monitorar taxas, escolher fundos com perfil compatível, manter disciplina de aportes e revisar periodicamente o plano. Assim você estará mais preparado para realmente alcançar os benefícios dessa previdência privada.

Perguntas Frequentes

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